segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Nono dia (02/01): Bahia Inglesa/CHI X Los Vilos/CHI (707,4 km)

Como saímos tarde da Bahia Inglesa (cerca de meio dia) e temos a proposta de não rodar a noite, até que o dia de pilotagem rendeu bem. Mais de 700km até Los Vilos, já próximo a região metropolitana de Santiago. O visual não mudou muito do dia anterior, portanto paramos pouco para fotografar.

Nos atrasou o fato de termos que voltar a Copiapo para abastecer, depois de passar vários km do trevo desta cidade (onde aqueles 33 mineiros ficaram enterrados várias semanas). Pela Rota 5, o GPS indicava vários postos cerca de 20, 30 km a frente. Porém, depois de muitas curvas (coisa que não víamos há muito tempo...) a 'setinha' passou a indicar os postos para o lado direito e depois na direção oposta. No Brasil - pelo menos no Sudeste e Sul - ficamos mal acostumados pela quantidade de postos em qualquer estrada, além do fato de que eles, via de regra, sempre estão à beira da pista. No Chile é diferente. As vezes temos que entrar nas cidades para abastecer.

Paramos no acostamento para discutir se arriscaríamos seguir em frente ou se voltávamos, quando na direção contrária apontaram duas BMW's. Serginho fez sinal e os dois casais que as conduziam - brasileiros, claro - pararam para nos auxiliar. Solícitos, ofereceram gasolina (não era o caso) e nos informaram que de onde estávamos para frente, o próximo posto só a 135km. Nossas motos, principalmente as V-Strom, não tinham autonomia para isso. Voltamos ao centro de Copiapo, aumentando uns 70km no trajeto do dia.

De Copiapo até Los Vilos destaque para La Serena, cidade costeira turística e badalada, grande e organizada, com avenidas largas de canteiros centrais arborizados e bem cuidados. É outra 'Búzios' chilena, sendo que a 'mãe' de todas é, sem dúvida, Viña del Mar, que não chegamos a visitar.
   
De La Serena a Los Vilos boa parte da Rota 5 costeia o Pacífico. Lindo! Enquanto o sol se punha no mar (estranho para nós atlânticos, que vemos o sol nascer no mar...) passávamos pela cidade de Canela, onde vimos a maior quantidade de captadores de energia eólica da viagem. Sem exagero, centenas deles. Imaginem então a ventania desse lugar. Aí o frio apertou. O vento era cortante e nos obrigava a pilotar novamente com as motos 'tombadas' para o lado e, desta vez, abaixados para minimizar o frio. Nas GS o aquecedor de manoplas ajuda demais, mas os pilotos das VStrom sofriam com as mãos duras de frio... Vejam a foto do Marcinho aquecendo as mãos no motor da moto...rsrs.

O termômetro da GS marcava 9 graus, mas eu já tinha pegado essa temperatura no Brasil várias vezes e ali parecia bem mais frio do que de costume. Mais até que no Paso de Jama. Ao parar num posto perto de Los Vilos, só o tempo de abastecer a moto fez com que o motor esfriasse até 'um risquinho' no painel (normalmente os 4 risquinhos permanecem por muito tempo depois dela desligada).

Curioso foi que há 2 ou 3 horas atrás atravessávamos La Serena sob um calor escaldante...

Chegamos em Los Vilos (não havíamos combinado pernoitar lá, mas diante das circunstâncias...) e ficamos no Hotel Santa Emilia, praticamente à beira da Rota 5, que por cada quarto duplo (bem simples, daqueles que você lava a parede do banheiro enquanto ensaboa as costas) nos cobrou 30.000 pesos, cerca de R$150,00. Por causa do frio e como no hotel tinha um restaurante com bons vinhos e pratos de pescados locais, nem fomos à cidade, que seria nossa última estadia no Chile antes de regressarmos à Argentina através dos famosos 'caracoles' da região do Aconcágua...        

Parada estratégica para 'esvaziar' os tanques na Rota 5

Parque Eólico Canela




Marcinho 'quentando' as mãos no motor da DL650 

'Catado' de caranquejo gigante no restaurante do Hotel Santa Emilia em Los Vilos  

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